radicalmentelivre

domingo, 25 de maio de 2008

Reagir e desabafar

24 de Maio um dia terrível e de intensa azáfama.
Por respeito, luta e sobretudo convicção, juntei-me aos demais engrossando a contestação às portagens na A28.
Embora tarde, ainda consegui enfileirar-me na marcha. Cheguei a Viana passava das 15 horas. Já circulavam as viaturas, não me sendo possível obter qualquer dístico ou cartaz para colocar no meu carro.
Fi-lo por convicção. Participei (sem medo) não pretendendo dar nas vistas, empoleirar protagonismo ou pingo de vaidade.
Não fui daqueles que a integrei a reboque de quem quer que fosse.
De facto gostei de ver que ainda existem pessoas que dão a cara; não adormecidas, envergonhadas ou indiferentes.
Esperava mais pessoal, é verdade que esperava muito mais, não escondo.
Vamos a números. Existem no concelho de Viana (só falo no concelho, porque é aquele aonde estou inserido) 40 freguesias. Em cada freguesia não há residente que não tenha de se deslocar ao Porto, entre vários motivos; as escolas, trabalho, consultas ou tratamentos, etc. Existem 40 Presidentes de Junta e Assembleias de freguesia. Algumas assembleias são constituídas por várias sensibilidades politicas. Não sei quantos deputados municipais. Existe um grande número de pequenas empresas (omito as grandes). Já referenciei o suficiente para justificar a presença de uma maior quantidade de participantes. Desviando-me um pouco, comparo isto um pouco às comemorações populares do 25 de Abril e 1º de Maio. Uns falam e dão vivas ao 25 d’Abril, só que nesse dia, raramente os vejo nessas comemorações ao ar livre. Quanto ao 1º de Maio, bastaria a presença dos vários dirigentes e delegados sindicais do concelho e a Praça da República ficaria mais completa. Como esse dia é feriado, as dispensas sindicais não são utilizadas!
Porque fugi um pouco ao assunto, regresso, afirmando que em termos de abaixo-assinado, não foi por aí além; 61 mil e tal assinaturas, sendo que a maioria foi da petição, via net, segundo os jornais. Penso que se deveriam comprometer os Presidentes de Junta e Assembleia e as várias forças com assento nas Assembleias, no sentido de recolher assinaturas, responsabilizando-os perante as populações. Poder-se-ia engrossar ainda mais.
Não quero deixar de atingir os cobardes que pela sua indiferença não participaram. Qualifico-os de sanguessugas, estes servem-se do trabalho, esforço e luta dos outros para também usufruir, sem que nada tenham feito pela causa. A esses parasitas desejo-lhes que vão à merda.
Barafustam por tudo e por nada, criticam, só que não passa de cabaneiredo de café.
Nesse dia também fiz das tripas coração. Entrei na fila em Viana e fui até Vila do Conde, voltando para cumprir assuntos inadiáveis.
Felicito todos aqueles que participaram e aos que, pretendendo fazê-lo, não puderam, não esquecendo a comissão local, provavelmente terão prejudicado as suas obrigações profissionais, familiares ou particulares, em prol da causa que a todos afecta.
Complemento este meu desabafo com Bertolt Brecht:

Primeiro prenderam os comunistas,
E eu não disse nada porque não era um comunista.
A seguir prenderam os judeus,
E eu nada disse porque não era um judeu.
Logo vieram pelos operários,
E eu nada disse porque não era nem operário nem sindicalista.
E então meteram-se com os católicos,
E nada disse porque eu era protestante.
E quando, finalmente, vieram por mim,
Já não restava nada para protestar.

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