radicalmentelivre

segunda-feira, 19 de maio de 2008

Indiferentes

"A fatalidade que parece dominar a história não é mais do que a aparência ilusória desta indiferença, deste absentismo. Os factos maturam na sombra; poucas mãos não vigiadas por nenhum controle, tecem a teia da vida colectiva, e a massa ignora porque não se preocupa. Os destinos deuma época são manipulados conforme as visões restritas, as finalidades imediatas, as ambições e paixões pessoais dos pequenos grupos activos, e a massa dos homens ignora-os porque não se preocupa. Mas os factos amadurecidos acabam por desaguar; mas a teia tecida na sombra acaba por se cumprir: e então parece que é a fatalidade a derrotar tudo e todos, parece que a história não é mais do que um enorme fenómeno natural, uma erupção, um terramoto de que todos são vítimas...
...aquele que está à janela, de atalaia, quer usufruir do pouco bem que a actividade dos poucos consegue e desafoga a sua desilusão vituperando o sacrificado, o esgotado,porque não conseguiu o seu intento.
Vivo, sou participante. Por isso odeio o que não participa, odeio os indiferentes".
In, escritos políticos, volumeI, António Gramsci.[colecção universidade livre, Seara nova]

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